segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Só “boazinhas”?

Não é a primeira vez que eu ouço: “nossa, como elas são boazinhas!”

Por que eu ouço tanto isso? Simples... elas não reclamam pra escovar o dente, elas guardam os brinquedos quando alguém pede, elas levam o copo na pia quando terminam de beber o leite, elas ficam paradas ouvindo a bronca, vão pro castigo sozinhas quando mandadas, se tiram as coisas das gavetas colocam tudo pra dentro de novo, enfim...

Quantos anos elas têm? Pouco mais de 1 ano e meio!

Você pode me perguntar: “Elas não dão trabalho nenhum??”

Gente, são duas crianças! Óbvio que dão trabalho! Elas brigam, fazem mal-criação, espalham brinquedos, tiram os sapatos, choram, e tudo mais que crianças fazem.

Mas tem uma coisa que não entendo, sempre que vimos uma criança fazendo coisas que julgamos erradas, falamos: “nossa, que criança mal-educada!”, ou, “Ah se fosse meu filho, eu não deixava!” Ou seja, a culpa sempre é dos pais e invariavelmente da mãe!

E por que nas situações inversas não se fala: ”nossa, que criança bem-educada!”, ou até mesmo, “parabéns fulana, você educa muito bem seu filho”.

Mas ao invés disso é sempre a mesma frase: “como são boazinhas!”. Como se elas nascessem sabendo fazer tudo isso!

Se um já dá trabalho, imagina dois...

Pois é, acho que essa é a frase mais ouvida por quem tem filhos gêmeos, mais até do que: “são idênticos?”

Mas confesso que esperava ouvir isso só enquanto ainda eram bebezinhas, mas não é que elas estão quase com dois anos e ainda ouço isso por toda e qualquer pessoa que descobre que eu tenho gêmeas!

Calma gente, não é esse caos todo!! Obviamente que tranquilidade é uma palavra que não existe mais no meu dicionário há tempos, mas não tem segredo. Minha receita é:

1 – Ta chorando? Espera um pouco que eu já to chegando! Não dá pra sair correndo senão posso atropelar a outra pelo caminho...

2 – Caiu? Humm... bateu a cabeça ou a boca? Tá sangrando? Não? Ótimo... um beijinho pra sarar, um “pózinho mágico pra tirar a dor” e depois... levanta pra cair de novo!

3 – Mania de limpeza em casa? Zero!

4 – E por último... Muita, mas muita paciência!!! E quando realmente ela não existir mais, nada como um ataque de histeria de vez em quando pra acalmar os ânimos: “Parem de brigar!!!” ou “AAH, chega de gritaria pelo amor de Deus!!!” ou ainda: “Vão as duas brincar no quarto já, que eu preciso terminar o almoço!!”. Essa última tem múltiplas variáveis: “preciso... trabalhar, lavar roupa, arrumar a casa, etc.”

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cadê o bocão??

Estávamos todos numa lanchonete, e Sofia estava no meu colo. Como todo adulto faz quando uma criança se recusa a comer, comecei a fazer gracinhas pra ver se resolvia, depois de várias tentativas (em vão), perguntei a ela:

Cadê o bocão da mamãe???

E ela respondeu levantando o dedinho e apontando para minha boca...

Sem mais comentários...

Creche, mas já? Não é cedo?

Se você, como eu, é daqueles que pensa que creche para crianças de 1 ano servem “só para brincar”... Bem-vindo ao clube!!!

Mesmo conversando com as professoras ao longo do semestre, ainda não tinha me dado conta de que a creche é um espaço de brincadeiras sim, mas de muitas outras coisas. Na teoria tem-se a idéia de que a creche é bom para o desenvolvimento da criança e etc, mas na prática só cheguei a essa conclusão de fato quando ao fim do semestre recebi a 1ª avaliação das meninas. Avaliação? Com 1 ano e meio?? Como assim?

Pois é, acreditem!!! Além de rir muito imaginando elas realizarem as as atividades descritas, foi uma ótima oportunidade de aprender. Aprendi que nós mães/pais, por mais bem intencionados que sejamos não temos competência para ensinar certas coisas. Por exemplo: ginástica, atividades de equilíbrio, entre outras atividades nas aulas de educação física (sim, elas tem educação física!), aperfeiçoamento da coordenação motora, independência, coletividade, e principalmente a descoberta de que o mundo não se resume a sua própria casa.

Levei um susto quando “de repente” descobri que elas não precisam mais da tampa no copo (e não se sujaram desde a primeira tentativa em casa!!), que elas já sobem o escorregador grande, logo, o sofá e as cadeiras agora são moleza!! E que desenvolveram brilhantemente a arte do arremesso... rsrs

O que será que me aguarda no próximo semestre?

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Medo ou proteção?

Essa semana voltava da creche com as duas e, como de costume, estava uma de cada lado segurando minhas mãos. Mas, precisei soltá-las para amarrar o cadarço do meu tênis, por isso, mantive as duas grudadas em mim enquanto me abaixava. Obviamente, mal olhei para o tênis!

Neste exato momento passou um carro por nós e a Amelie no mesmo instante se virou e abraçou a irmã. Achei tão lindo, mas depois me dei conta de que nunca saberei o “real” motivo deste abraço...

Terá sido para proteger a irmã? Ou para proteger a si mesma??

Mais um mistério dessas duas!

domingo, 19 de junho de 2011

Comer, comer... é o melhor para poder crescer!

Essa semana teve campanha de vacinação contra poliomielite, vulgo, “Zé Gotinha”. E como não poderia deixar de ser, lá fui eu levar as pimpolhas. Depois de tomar a vacina, uma das enfermeiras perguntou:

“- Pode dar balão? Elas gostam?”

“- Sim, elas adoram.”

Em seguida a mesma enfermeira:

“- E pipoca?”

“- Não, obrigada.”

Como se eu tivesse acabado de negar um prato de arroz e feijão para uma pessoa faminta, ela questionou:

“- Mas por que?”

"- É que eu evito dar doces para as duas."

Ela me olhou como se eu fosse um monstro perverso, insensível e cruel, (pelo menos foi assim que me senti), e ainda disse:

“- Mas quase não tem açúcar.”

Saí de lá com duas indagações:

1°: uma pipoca feita de milho/canjica e açúcar... “quase não tem açúcar”?

2°: uma profissional da saúde não deveria ter me elogiado por evitar dar açúcar para uma criança de apenas 1 ano e meio ao invés de me recriminar?

Ainda fiquei um bom tempo com peso na consciência, pensando se não tinha sido muito radical, mas aí me lembrei de crianças, de idades próximas, que comem doces e guloseimas a vontade, tomam refrigerante e que por conta disso (ou não) mal comem comida, verduras e legumes... E, sei que se eu servir pedra refogada para as duas, elas comem tudo e ainda pedem mais! Daí o peso na consciência passou rapidinho!

Mais vale ver a cara de reprovação de algumas pessoas e continuar ouvindo os elogios das professoras delas:

"Como elas comem bem! Não negam nada e repetem quase todos os dias"

Minhas ogrinhas, meu orgulho!!! kkk